Enquanto o hotel Excelsior era inaugurado em Fortaleza no ano de 1932, uma multidão de cearenses chegava à capital fugindo de uma das piores secas já vistas no Nordeste e ficavam confinados em campos de concentração, cercados com varas e arame farpado, criados pelo governo.
Em reportagem especial de Anna Virginia Balloussier e imagens de Isadora Brant, o jornal Folha de S. Paulo traz o relato do início do século 20, quando famílias dirigiam-se à Fortaleza, assombrando as elitres que idealizavam uma Fortaleza "belle époque", moderna - e limpa.
"O governo criou campos cercados para confinar milhares de retirantes; hoje, alguns tentam evitar que a memória desses lugares se apague", informa o jornal.
Dados oficiais contavam 73.918 aprisionados pouco mais de um mês após a abertura dos campos em seis cidades do Ceará: Crato, Ipu, Quixeramobim, Senador Pompeu, Cariús e Fortaleza, conforme relata a historiadora Kênia Sousa Rios, autora de "Campos de Concentração no Ceará: isolamento e Poder na Seca de 1932" (Museu do Ceará, 2006).
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